quarta-feira, 28 de março de 2012

Resenha: Iracema, José de Alencar.


  José Martiniano de Alencar é um dos maiores escritores brasileiros. Autor da obra Iracema, um dos romances mais estudados. O livro composto por 33 capítulos, narrado na terceira pessoa mostra o desenrolar de um romance entre Martim, colonizador português e Iracema, índia Tabajara. O livro conta uma história tão linda que é considerado um poema.
  
  A narração começa quando Martim vai a caça com seu amigo Poti, índio Pitiguara tribo inimiga dos Tabajaras, e se perde entrando assim no território rival, inesperadamente ele encontra Iracema que se assusta com sua presença e lhe acerta uma flexa, mas quando ela o vê sente-se arrependida e quebra a flexa simbolizando a amizade entre ele e sua tribo. Ela o leva para a cabana de seu pai, o Pajé Araquém onde é bem tratado e recebido, então ele resolve esperar Caubi, irmão da índia para que ele pudesse levá-lo de volta às terras da tribo Pitiguara, nesse meio tempo Iracema apaixona-se por Martim, mas isso é considerado traição pela sua tribo, já que ela é a guardiã do segredo de Jurema, planta alucinógena que é a maior arma dos Tabajaras, não podendo portanto, jamais relacionar-se com nenhum homem. Os apaixonados resolvem  fugir e contar com a ajuda de Poti, deixando Irapuã, chefe dos guerreiros da tribo Tabajara e aliados dos Franceses com raiva por terem "roubado" Iracema. Decide  vingar-se arrumando uma guerra contra os Pitiguaras que são aliados dos portugueses, mas ele não contava com a derrota de sua tribo, e tiveram que recuar.
  
  Iracema, coitada, além de ver parte de sua tribo morta, tem que conviver com a ausêcia de seu esposo, pois ele sente saudade de sua pátria e afasta-se dela, ou seja, ela está sem sua tribo e sem seu esposo. Mas o amor dela é tão grande que se sente culpada por ver seu amado triste, ela descobre que está grávida e sabendo que é o motivo da tristeza de Martim decide morrer para que ele pudesse ficar livre dela e voltar para sua terra. Martim e Poti são chamados para um combate e Iracema fica sozinha durante sua grávidez, ela recebe a visita de seu irmão, Caubi, que diz que a perdoou por tê-los  traído e diz que quer ficar mas ela o manda embora, pois ali não era o lugar dele. Como a gravidez exige muito dela, Iracema tem dificuldades para se alimentar, ficando debilitada, quando ela sente que está chegando a hora de dar a luz, vai até a margem do rio e tem seu filho com muita dor. Ela o batiza de Moacir, que signifca nascido da dor. Iracema sofre para conseguir alimentar-se e alimentar seu filho até que Japi o cão amigo de Poti e Martim chega avisando-a da volta de seu amado. Quando ela ouve a voz de seu amado, abre seus olhos levemente e entrega o filho aos braços de Martim e desfalece. Martim tenta reanimá-la, mas não consegue, então a enterra no pé da palmeira da qual ele gostava. Martim volta para sua pátria com seu filho e depois de alguns anos volta para a tribo Pitiguaras levando consigo sua religião, fazendo assim a colonização entre um português e uma índia, de onde surgiu o primeiro Cearense, Moacir.
  
  Essa literatura idealiza o índio, a mulher e exalta a natureza, tudo para dar mais beleza e expressar sentimento ao nacionalismo ao contar a lenda da fundação do estado do Ceará . É uma leitura muito difícil porque José de Alencar faz uso da linguagem índigena, mas pelos críticos, é exatamente aí que está a riqueza da obra. A obra conta com as três principais características do romantismo.
Iracema por amor a Martim abandona a tribo, religião, deus e a vida, isso com certeza foi um ato de submissão e de amor do índio ao colonizador português. Iracema, a virgem dos lábios de mel viveu intensamente pelo seu amor. 


-- por Paula Abreu. 

13 comentários:

  1. Eu comecei a ler, mas to tendo dificuldade na compreensão do que ele relata!

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  2. Eu li e confesso que nao entendi 100% das palavras e observações sobre a paisagem e outros detalhes muito por conta da linguagem indígena e também do português culto de antigamente. Mas mesmo assim da para entender bem a história. Nao sou fã da linguagem culta e da literatura clássica, mas ultimamente tenho encarado os clássicos como: Sao Bernardo do graciliano, memorias de um sargento de milícias de almeida, Iracema de Alencar e tenho me surpreendido. Vale a pena enfrentar a linguagem culta e ser presenteado com belas historias

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  3. Respostas
    1. "Falou a pessoa que não erra nunca a gramática" KKKKK

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  4. Ótima resenha, eu li o livro mas não estava compreendendo bem a história por conta da linguagem do livro, mas agora entendi tudo.

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  5. Adorei a resenha, mas odiei o livro. Odiei tudo. Não só porque não entendi nada (na maior parte do tempo eu nem sabia o que estava lendo), mas odiei também a história e o fato de chamar Iracema de virgem o tempo todo, sendo que virgem era a última coisa que ela era (tá isso foi implicância por não ter gostado da história). Mas eu amei a resenha, me ajudou a compreender o livro.

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  6. Muito obg me ajudou mt 🍃✌🏻️👍🏻

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  7. A Resenha está ótimo, me ajudou muito. Parabéns! E continue fazendo essas resenhas, por favor!

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