José Martiniano de Alencar é um dos maiores escritores brasileiros.
Autor da obra Iracema, um dos romances mais estudados. O livro composto por 33
capítulos, narrado na terceira pessoa mostra o desenrolar de um romance entre
Martim, colonizador português e Iracema, índia Tabajara. O livro conta uma
história tão linda que é considerado um poema.
A narração começa quando Martim vai a caça com seu amigo Poti, índio
Pitiguara tribo inimiga dos Tabajaras, e se perde entrando assim no território
rival, inesperadamente ele encontra Iracema que se assusta com sua presença e
lhe acerta uma flexa, mas quando ela o vê sente-se arrependida e quebra a flexa
simbolizando a amizade entre ele e sua tribo. Ela o leva para a cabana de seu
pai, o Pajé Araquém onde é bem tratado e recebido, então ele resolve esperar
Caubi, irmão da índia para que ele pudesse levá-lo de volta às terras da tribo
Pitiguara, nesse meio tempo Iracema apaixona-se por Martim, mas isso é
considerado traição pela sua tribo, já que ela é a guardiã do segredo de
Jurema, planta alucinógena que é a maior arma dos Tabajaras, não podendo
portanto, jamais relacionar-se com nenhum homem. Os apaixonados resolvem fugir e contar com a ajuda de Poti, deixando
Irapuã, chefe dos guerreiros da tribo Tabajara e aliados dos Franceses com
raiva por terem "roubado" Iracema. Decide vingar-se arrumando uma guerra contra os
Pitiguaras que são aliados dos portugueses, mas ele não contava com a derrota
de sua tribo, e tiveram que recuar.
Iracema, coitada, além de ver parte de sua tribo morta, tem que conviver
com a ausêcia de seu esposo, pois ele sente saudade de sua pátria e afasta-se
dela, ou seja, ela está sem sua tribo e sem seu esposo. Mas o amor dela é tão
grande que se sente culpada por ver seu amado triste, ela descobre que está
grávida e sabendo que é o motivo da tristeza de Martim decide morrer para que
ele pudesse ficar livre dela e voltar para sua terra. Martim e Poti são
chamados para um combate e Iracema fica sozinha durante sua grávidez, ela recebe
a visita de seu irmão, Caubi, que diz que a perdoou por tê-los traído e diz que quer ficar mas ela o manda
embora, pois ali não era o lugar dele. Como a gravidez exige muito dela,
Iracema tem dificuldades para se alimentar, ficando debilitada, quando ela
sente que está chegando a hora de dar a luz, vai até a margem do rio e tem seu
filho com muita dor. Ela o batiza de Moacir, que signifca nascido da dor.
Iracema sofre para conseguir alimentar-se e alimentar seu filho até que Japi o
cão amigo de Poti e Martim chega avisando-a da volta de seu amado. Quando ela
ouve a voz de seu amado, abre seus olhos levemente e entrega o filho aos braços
de Martim e desfalece. Martim tenta reanimá-la, mas não consegue, então a
enterra no pé da palmeira da qual ele gostava. Martim volta para sua pátria com
seu filho e depois de alguns anos volta para a tribo Pitiguaras levando consigo
sua religião, fazendo assim a colonização entre um português e uma índia, de
onde surgiu o primeiro Cearense, Moacir.
Essa literatura idealiza o índio, a mulher e exalta a natureza, tudo
para dar mais beleza e expressar sentimento ao nacionalismo ao contar a lenda
da fundação do estado do Ceará . É uma leitura muito difícil porque José de
Alencar faz uso da linguagem índigena, mas pelos críticos, é exatamente aí que
está a riqueza da obra. A obra conta com as três principais características do
romantismo.
Iracema por amor a Martim abandona a tribo, religião, deus e a vida,
isso com certeza foi um ato de submissão e de amor do índio ao colonizador
português. Iracema, a virgem dos lábios de mel viveu intensamente pelo seu
amor.
-- por Paula Abreu.
-- por Paula Abreu.